"Não é fácil para mulher chegar a qualquer cargo", diz Cármen Lúcia
Fala ocorre em julgamento do TSE sobre fraude em cota de gênero
Fala ocorre em julgamento do TSE sobre fraude em cota de gênero
A ministra do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen
Lúcia disse nesta terça-feira (19) que a "vida de uma mulher para checar a
qualquer cargo não é fácil".
A fala da ministra
ocorreu durante o julgamento no TSE de um caso de suposta fraude na cota de
gênero nas eleições para vereador em Central (BA), em 2020.
O processo trata de
casos de candidatas que não chegaram a participar de suas próprias campanhas e
teriam sido usadas por seus partidos para simular o cumprimento da cota de 30%
de candidaturas femininas.
Cármen rebateu uma
fala do ministro Raul Araújo, que alertou para o rigor do TSE no julgamento de
determinados casos de fraudes de candidaturas de mulheres. Na avaliação do
ministro, a possibilidade de condenação e decretação da inelegibilidade pode
afugentar candidaturas femininas nas eleições de outubro.
A ministra disse
que as mulheres são "invisibilizadas" e "silenciadas" e que
é necessária a presença delas na política mesmo diante das dificuldades.
"Os senhores
homens, pelo menos nesta bancada, tiveram facilidades que eu não tive e nem
tenho. Isso não me desanima de ser juíza brasileira. Isso me faz mais
comprometida e responsável com outras que eu não estou vendo. Não se preocupe,
mulher só desanima quando não está disposta mesmo", afirmou a ministra.
Após quatro votos a favor do reconhecimento da fraude, o julgamento foi interrompido por um pedido de vista do ministro Nunes Marques.
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